Contributo Pessoal para a História da Polícia Aérea na BA11 , por: José Manuel Marques dos Santos Costa

05-05-2010 01:54

 

Contributo Pessoal para a História da Polícia Aérea

 na Base Aérea Nº 11

Por: José Manuel Marques dos Santos Costa

 Os homens da "Boina Azul", são efectivamente anteriores à formação da própria Base, mas há outros antecedentes, que esclareço:

Em 1965, sai da Base do Montijo para a de Beja um Pelotão PA (30 soldados e cabos, 3 furriéis e um sargento), dependente do EMFA (despachava periodicamente com o Vice), com a missão de controlo de pessoas e viaturas, segurança do perímetro da base, manutenção da ordem interna e guardas de honra, sob o meu comando, Alf Mil PA, vindo como voluntário da BA4.

Na época, em Beja, só existia um capitão das Infra-estruturas, as pistas estavam em construção (tinha uma pequena pista) e começavam a construir-se os alicerces dos hangares. Havia, sobretudo, grande movimento de camiões e algumas, poucas, casas onde trabalhavam engenheiros das "Infras" e onde estava também o refeitório do pelotão. Ficámos, os militares e o cmdt PA, instalados, num pré-fabricado, onde, iniciámos o hastear diário da Bandeira Nacional.

No inicio as rondas foram efectuadas a pé, sendo posteriormente a atribuído ao pelotão um Jeep e um condutor, o que permitiu dar a conhecer à cidade de Beja a "Boina Azul", por ali também fazermos rondas. Armamento atribuído: pistolas-metralhadoras FBP e pistolas Walther 9mm.

Fardamento: fato PK8

Até à nossa chegada o controlo de entradas era inexistente apesar de haver uns vigilantes civis que não eram respeitados, sobretudo pelos camionistas e que viram com grande entusiasmo a nossa chegada!

Com a nossa acção, usando meios muito limitados, não havia rádios nem as tais bicicletas, conseguimos fazer respeitar limites de velocidade (com meios expeditos), controlar as entradas de veículos e pessoas, manter a ordem e a segurança no transporte de trabalhadores.

À entrada da Base havia um Posto de Controlo com comando de cabo (anexo uma foto) que funcionava 24H, além de rondas apeadas, conseguidas com o reduzido número de dispensas no fim-de-semana.

 

 

Depois da alvorada e do içar da Bandeira, com o Pelotão formado, havia sempre uma sessão de GAM (é linda!) que frequentemente os nossos vizinhos civis aplaudiam...

Ao fim do dia a equipa PA de voleibol jogava contra os engenheiros das Infra-estruturas e a de futebol, aos fins-de-semana, defrontava equipas das redondezas

A gestão cuidada do orçamento próprio permitiu deixar, quando saímos (quatro meses depois), um fundo de maneio.

Neste período, recebemos uma delegação de altas individualidades alemãs e altas patentes da FAP, além de visitas avulsas de inspectores alemães, em que a Bandeira Nacional se revelou de grande utilidade...

Em resumo: fez-se cumprir a lei, estabeleceram-se regras de boa vizinhança (inclusive com o Regimento de Infantaria de Beja) e lembrou-se que na "Base dos alemães" quem mandava era a tropa portuguesa, a Polícia Aérea.

Fui, como Alf Mil PA, o Cmdt desse 1.º Pelotão PA estacionado na Base Aérea conhecida por "Base de Beja" que mais tarde veio a ser denominada BA 11 e como tal gostaria de ver registado nos antecedentes da actual estrutura.

Aproveito para informar que pouco tempo depois de aqui ter saído passei à disponibilidade na Base do Montijo. Tinha, então, cumprido dois anos de serviço militar obrigatório iniciado, como soldado-cadete, no Regimento de Lanceiros 2, onde tirei o curso PM, a que se seguiu, por oferecimento, a PA na BA3 (Tancos) e a BA4 (Açores). Voltei mais tarde ao serviço, também como voluntário, no EMGFA, até 30/4/1974.

 

 

 

Artigo enviado pelo próprio ao CAP/PA Filipe, pelo que agradecemos a sua disponibilização para publicação na nossa página. (aguardamos futuros contributos)

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